13.10.09

Dualismo

A face obscura da dualidade humana, cuja qual limita-se a conceitos fadados ao fracasso, tendendo a ação retrógrada de introspecção mental.

Sentimentos quais muitas vezes nos expressamos de forma exarcebada sem motivo.

O deleite de uma vida tranqüila, e a garantia de um sono profundo e eterno, do qual você jamais irá despertar.

Lembre-se sempre que não há fuga para 7 palmos de terra sobre vosso invólucro de madeira, pois quando tua hora chegar, apenas aceite em total regojizo tal dádiva, que é a extinção da centelha de vida.

Lembrando que vossa matéria orgânica libera, por conta das camadas de tecido adiposo, um fétido odor rançoso, substância amarelada que escorre lentamente. Formigas vazam de tuas fossas nasais, enquanto um dos olhos, já sem o brilho da vida, torna-se vítreo com um lindo tom opaco.

Meu desejo é ver a tua podridão, pois assim, terei certeza que voltou em plenas condições ao teu estado natural. Aceite não viver, pois isto é um fardo demasiadamente pesado para vossos frágeis braços.

Não ache que é melhor ou pior, tenha certeza de sua real situação. E também não pense que terei compaixão de tua carcaça, pois não o farei. Nem todo o mal do mundo é o suficiente para ferir vossa "santidade".

E eu extirpo a vossa arrogante imagem de lapsos de memória e lampejos de lucidez.

Não desejo nada a você, pois brindar com a indiferença... não há líquido tão mais saboroso que este

Palavras...

Fim de um ciclo, e talvez o começo de um novo tormento.
Lentamente, começo a reestabelecer minhas fundações, e logo, poderei contra-atacar com força máxima.
A dor não será sentida, pois a massa já calejada não dara muita importância a mais uma estocada.
E a lua será coberta por um brilho rubro. O sangue de meus "semelhantes" irá banhar aquela cuja qual devotei meus mais puros sentimentos.

Que a humanidade seja consumida em um mar de fogo, e a ira celestial castigue até mesmo o mais sacro dos devotos.

Não temam deuses ou demônios, temam a si próprios, afinal, nada é mais poderoso do que o poder do pensamento e da palavra.

Portanto, celebremos a morte... de velhas crenças, de velhas devoções. Estigmas psicológicos, pois nem mesmo essa irá te salvar do seu abismo.

Não deseje felicidade nem paz. Deseje pranto, agonia, desespero, caos, ódio. Pois os últimos ao menos são verdadeiros.

Eufemismo

"...A mais negra escuridão consome e atordoa
O desespero torna-se o combustível moral do homem
Sua esperança morreu junto com sua fé
Acordar com nuvens tóxicas corroendo as vias aéreas
Não existe mais salvação
Apenas renda-se diante da iminente obliteração..."

Meu desejo por ti não fora em vão
Assim quis acreditar ao menos
Mas a ignorância acabou por me cegar
E quando percebi
Você estava pálida e com os braços moles
Eu te chamava e achava que você estava fingindo
Acho que eu apertei forte demais

Já tem mais de uma hora que você finge dormir
Aquela pistola de aço cromado que comprei há alguns anos viu a luz pela primeira vez desde que a comprei
Você é tão linda, mas não responde quando eu te chamo.
Entre uma dose e outra, termino de carregar a arma.
Minha pequena... eu já vou te buscar aí

A Fé

Já não existe mais nada,a não ser um bando de lunáticos que gritam coisas sem sentido, explodindo a tudo e todos.
E se a gota do gênese tivesse sido estéril ? Nada existiria.
Talvez formas monocelulares de vida.
Grandes amebas HAHAHAHAHAHAHAHA
Isso é o que a massa, com sua sabedoria distorcida e perversa significa para mim

E para alguns agraciados...

Veja beleza em flores plásticas
Em um pôster que desbota por causa do tempo
Folhas amareladas e carcomidas forram o chão
O céu cinzento já anuncia a chegada de chuva...

O céu cinzento de uma manhã de inverno, diante da forte cerração, inibe a visão.
O caminhar na floresta ecoa como a batida do coração na minha cabeça
De súbito, uma vontade de chorar me inibe.
Ao cair de joelhos, um líquido carmesim verte vagarosamente.

A perda da virtude fora simbolizada pelo pranto.
Hipocrisia e falso puritanismo.

Deflorar uma forma celestial talvez fora uma fixação desde o início de minha juventude, e agora, que não tenho mais nada a perder, que diferença faria ?
Nenhuma fé habitava aquele corpo. Toda a esperança fora jogada para o alto, pouco importando o que poderia acontecer.

Estuprar um anjo sob efeito de alucinógenos. Correr nu no meio da mata, lambendo sapos, mastigando cogumelos.

Onde você estava quando precisei de ti ? Quando realmente necessitei de orientação, foi quando vossa luz apagou-se.

Sou grato, pois assim mostrou seu verdadeiro valor...
Fé em alguém que morreu ?
Imagens, cânticos, danças...
Coisas sem sentido, de gente maluca.

Crença unicamente no caos, ódio e misantropia. O caos rege tudo, o ódio rege a emoção e a misantropia uma realidade

G.I.D

A dor alheia causa-lhe sofrimento ? Dor ? Angústia ?
Nada que não cause a um mero mortal com...sentimentos

Após sofrer tanto, sua mente deturpada já distorce a realidade, e passa a redefinir tudo...com imagens grotescas, mórbidas.

Extirpar as asas de um anjo, talvez seja o sonho mais negro de muitos. Mas o meu...seria ver apenas um grande genocídio em massa, motivado pelo ódio. Acima de tudo, o ódio.

E com ele...viria a dor. Muita dor pela perda, muita mágoa contida.
Um câncer que se alastra.

E onde rio, sobre meu trono de lamentações.
Gargalhadas que ecoam pelo ar, no breu completo.

A dor é erótica, e tão sedutora. Portanto, por que lamentar, se devo sorrir neste momento ?
Ou ao menos tentar...

Crer no Salvador, que ele irá salvar ?
Sinto lhe dizer, mas ele morreu

Seu Deus morreu, e sua fé também.

29.9.09

The end... or restart ?

Há um longo tempo eu não sentia o peso das palavras... e o peso da escuridão.

A solidão que outrora foi minha única companheira, após um longo período ameaça retornar.

Um sentimento de completo desapego a vida, uma amargura infindável. Apenas uma bile negra escorre de meus olhos...

Não foram poucas as vezes em que cogitei antecipar o término deste ciclo diante das intermináveis decepções que tenho.

Nem mesmo a mais gélida e sombria canção, nem mesmo a mais doentia melodia é capaz de sarar este coração doente.

Uma alma que aqui jaz, deixando apenas uma carcaça inerte, a mercê de sentimentos terrenos. Já não tenho mais alegrias em minha existência, apenas eternas agruras.

Me dói... o simples fato de pensar em viver mais um dia... o ato de respirar mais parece um fardo a cada nova inspiração.

Talvez agora eu faça parte daquela massa fétida e inerte cuja qual sempre critiquei, sempre chamei de facilmente manipulável... agora vou deglutir cada palavra escarrada por mim... e sentir o muco purulento escorrer traquéia abaixo.

Trevas completas que me envolvem... e meus clamores desesperados foram silenciados.

Braços retalhados e cobertos de cicatrizes já não surtem mais efeito diante da lancinante dor que aflige minha carne.

Automutilação certamente não é um estilo de vida...



Mas acima de tudo... nunca duvide do poder das palavras...