29.9.09

The end... or restart ?

Há um longo tempo eu não sentia o peso das palavras... e o peso da escuridão.

A solidão que outrora foi minha única companheira, após um longo período ameaça retornar.

Um sentimento de completo desapego a vida, uma amargura infindável. Apenas uma bile negra escorre de meus olhos...

Não foram poucas as vezes em que cogitei antecipar o término deste ciclo diante das intermináveis decepções que tenho.

Nem mesmo a mais gélida e sombria canção, nem mesmo a mais doentia melodia é capaz de sarar este coração doente.

Uma alma que aqui jaz, deixando apenas uma carcaça inerte, a mercê de sentimentos terrenos. Já não tenho mais alegrias em minha existência, apenas eternas agruras.

Me dói... o simples fato de pensar em viver mais um dia... o ato de respirar mais parece um fardo a cada nova inspiração.

Talvez agora eu faça parte daquela massa fétida e inerte cuja qual sempre critiquei, sempre chamei de facilmente manipulável... agora vou deglutir cada palavra escarrada por mim... e sentir o muco purulento escorrer traquéia abaixo.

Trevas completas que me envolvem... e meus clamores desesperados foram silenciados.

Braços retalhados e cobertos de cicatrizes já não surtem mais efeito diante da lancinante dor que aflige minha carne.

Automutilação certamente não é um estilo de vida...



Mas acima de tudo... nunca duvide do poder das palavras...